a saudade traz o bálsamo do tempo
antigo, mergulho nela sem rumo
às vezes recua delicadamente
e a vida esvai-se em fumo.
em cada poeira varrida do nosso olhar
agitam-se as flores a cada momento,
sem nenhuma murchar,
esperança mágica, que nos afaga
o pensamento.
vazia de palavras, meu corpo já se rende
vergada ao fim do dia,
a luz fluindo na memória ascende
o sol é meu confidente
tudo é a meu favor
a beleza da tarde envolvente
e o vento ainda volteia no ar,
a memória de acordes a transbordar
e mais um dia a deixar saudade
e o sonho que eu amava?
será só ingenuidade?!
nada tão doce como o primeiro ardor,
estremeço, só de pensar
- nesse tempo d'amor.
natalia nuno