palavras escritas com o coração, em qualquer verso está vazada a saudade poética que a memória canta. A fascinação pelo campo, o idílio das águas, a inquietação o sonho, a ternura o desencanto e a luz, toda uma bagagem poética donde sobressai o sentimento saudade... motivo predilecto da poeta. visite-me também em: http://flortriste1943.blogs.sapo.pt/
sexta-feira, 16 de junho de 2017
caminho que não oferece regresso
com passos rígidos enfrento o caminho
meu tempo é desanimadoramente curto
a noite abre clareiras mais um dia prestes a raiar
entrego-me contra vontade e nem adivinho
as ondas agitadas que terei de amansar
há becos apertados neste caminho
e sombras a impedir o azul no meu céu
os pensamentos agitam-se como asas de pássaros
e já a saudade no meu peito cresceu
sinto assim o caminho percorrido
não me disponho a chorar
nem de mim a ter pena
num torvelinho recordo o tempo vivido
deixo-me na saudade ficar
sinto-me percorrida por uma certa calma
interior, consciente do meu sentido de lealdade
e amor ...
para com o Pai que sempre hei-de louvar!
às vezes há um frio mordente
que me domina, que me deixa num estado
obscurecido, veemente
deixa meu dia a dia infectado
como doença que me pegasse,
e me deixasse uma certa fragilidade
dias tristíssimos que não evocam esperança
caminho que não oferece regresso
e do presente já tanto me esqueço
mas etérea é em mim a saudade
que trago do meu caminho de criança.
natalia nuno
rosafogo
quinta-feira, 15 de junho de 2017
o olhar estendido...
vejo o sol a erguer-se na imensidade
do horizonte
o mar desdobra-se até lá
diante dos olhos uma mágica visão
assim deixo correr os dias sem os contar,
olhando o céu, deixando a alma retemperar
a tarde cai, retomo o caminho meu
afadiga-se a imaginação
e o astro lá... no céu
a recolher num silêncio
arrebatado, foi curta a duração
por cima da minha cabeça aves de passagem
daqui a pouco a lua a iluminar
fica a penumbra e os meus dedos palpitando
na escrita... e a desdita
do meu corpo esquecido,
faz-se noite, mas o dia sempre ressuscita
só na minha alma, se crava com impiedade
a saudade de todo o tempo vivido
uma e outra vez volto a sonhar
meu sonho é como navio encalhado
que se abate sobre a ondulação
e meu coração a pulsar
teimoso, num sussurro ignorado.
a noite às vezes enche-me de pavor
outras, de uma amada sensação
nada afinal mudou, nem o amor
que pretende sempre ressurgir no coração
sempre a vida se renova
e algo me faz saber
que o sonho cresce e é a prova
que dá asas ao meu voo e me faz viver
natalia nuno
rosafogo
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