e como a vida foge
surgem nuvens cegando
o nosso bem estar
um vento forte
na fronteira com a morte
contemplo o silêncio que me
envolve
sinto o desamparo em frágeis
instantes
um navio perdido entre a bruma
uma vida com tudo, e sem coisa
alguma
mistério de sonhos invictos
absurda miragem do que não alcancei
e um dia quis
um porto seguro onde ser feliz
felicidade
é clara e anunciadora
dum azul céu
mas pouco duradoura,
surge a solidão, inverno
que não termina,
sonhos, eu tenho desde menina!
sou como tarde declinante
que entra em escuridão
range o tempo e o tédio
fazem moradia no coração
um dia voltarei pela sombra
azul do arvoredo
a sentir-me-ei alegre e redimida
então rirei
do segredo celeste da vida.
natalia nuno