palavras escritas com o coração, em qualquer verso está vazada a saudade poética que a memória canta. A fascinação pelo campo, o idílio das águas, a inquietação o sonho, a ternura o desencanto e a luz, toda uma bagagem poética donde sobressai o sentimento saudade... motivo predilecto da poeta. visite-me também em: http://flortriste1943.blogs.sapo.pt/
sexta-feira, 6 de julho de 2012
UM INSTANTE OU UMA ETERNIDADE
Invade-me um nó de inquietude
Dias silenciosos sem piedade
Solidão que já me aturde
A palavra pesa e logo a saudade.
E a vida é uma solitária esquina
Uma viagem peregrina,
Uma torrente de chamas bruxeleantes
Onde a memória obscura
É fogueira mortiça.
Nada será como dantes
Sou como borboleta pisada
de asa amarrotada.
Desventura!
Só a lembrança me atiça,
Me prende
Nas manhãs radiosas, ou
nas tardes agonizantes.
Regresso então ao meu lugar
em bico de pés, em passos de
bailarina
Para o sonho não acordar.
Levo a mão ao coração
E o pensamento no ar
E sou de novo menina
E é então...!
Que surge a lua prateada
Banhando-me de raios ametistas
Ah! Como me sinto amada, abençoada!
E a vida me segreda...Não desistas!
natalia nuno
rosafogo
imagem da net
quinta-feira, 5 de julho de 2012
BRILHO
O meu amigo o Poeta Petala do blog : olimpobeijaflorblogspot.pt, disse
acerca do meu último poema:
Olá Natália,
Passear nas memórias do passado
É saborear cada momento vivido
E nunca nada estará terminado
Se da vida nunca se tiver desistido…
Percorrer os tempos de menina
Onde se contavam estrelas ao luar
Em pequenos pedaços de cartolina
Se pintava tudo que fazia sonhar!
Mas a menina, mulher ficou
O mundo e o amor conheceu
Em seus amores mergulhou
E a vida dela nele escreveu!
Aquilo que foram Espinhos
Em todos, flores semeou
Os pássaros fizeram ninhos
E tudo em amor se tornou!
E neste doce olhar do passado
Embebido em rama de algodão
Sob um rasto de tudo ter amado
Onde rejubila a alma e coração!
Beijo
Pétala
5 de Julho de 2012 10:51
Lindo demais para permanecer apenas como comentário, daí trazê-lo para que mais amigos possam ler.
natalia nuno
SONHOS E ANDANÇAS
De onde me avisto menina?
No fulgor da mocidade!
A memória é meu consolo
Raio de sol é a saudade.
Minha água fresca meu rio
Minha alegria meu colo
No fulgor do meu vazio?
É meu agasalho meu consolo!
Que mais teria vivido?
Que não consigo recordar?
Fortalece o meu sentido
A vontade de superar!
A vida brota, a vida arde
O esquecimento é muro
na tarde.
Deixo-me nas palavras gastas
a vaguear,
em sonhos e andanças,
onde a minha vida se cruza
com a hora exacta das
lembranças.
E me fascina...
voltar a avistar a menina
nesse passado que quero reter
onde a vejo ainda a florescer.
Na imensidão deste caminhar
a solidão habita em mim a cada dia,
tornando meu coração
a sombra duma casa vazia.
Aquele mundo a que pertencia?
Lembrarei até último momento,
no desarrumo da memória!
A menina da minha imaginação
Na quentura do meu coração.
natalia nuno
rosafogo
imagem da net
terça-feira, 3 de julho de 2012
A VIDA MUDA DE MÃO
Pousa a manhã nos olhos
da minha esperança
Deixei que a lua adormecesse.
Fiquei por lá na emoção
de ser criança.
Tacteei,
tive medo que me esquecesse
mas não...óh não!
Lá estava o mesmo céu,
o mesmo pássaro no ninho
os meus amigos, tudo o que é meu!
O meu carreiro, o meu caminho.
Trouxe tudo neste poema que compus
E até uma lágrima que escorreu.
Mesmo doendo nos olhos esta luz
Até ao fim, vou!
O sonho ainda agora
começou.
E a manhã vai ficando desembrulhada
Banho-me no frescor da memória
Enquanto a névoa se esvai...
Faço do sonho morada
E já a tarde cai...
Chega a noite que se desdobra
A vida muda de mão
Já a morte me cobra
Pedindo minha atenção.
Agita-se o coração, fazendo rumor
E meus versos se ficam por aqui,
no silêncio me debati
A vida escasseia já sem fulgor.
Já a morte ronda por aí!
rosafogo
natalia nuno
imagem da net
DESASSOSSEGOS DA ALMA
O silêncio ressoa,
magoa,
queima...
E o tempo teima!
Esquecida de mim
quebram-se-me os braços,
não ouço nem lembro meus passos.
Consumo-me nas horas absortas
Nas marcas do tempo
nas ilusões mortas.
Uma ermida na solidão
Campos de névoa, águas visíveis
e invisíveis,
nos olhos tristes.
E no coração?!
Uma região de pranto
Uma dessimulada agitação
Um bater de desencanto.
Sonhos? Ousados...! Ficando
lembrados,
no meu mundo íntimo...
A sete chaves trancados!
Esperando e desejando
alcançar serenidade.
São rebates de esperança e saudade!
Pássaros pousados na minha mente
Esvoaçando em mim lembranças
Até indefesa adormecer docemente...
Acresce a minha ansiedade
neste tempo que magoa,
Trazendo-me cabelos de prata...
Já o silêncio ressoa,
neste embalo que o coração acata.
E meu pensamento cheio do que sonha
parecendo infantil!
Devolve-me a infância risonha
e a saudade do meu tempo estudantil.
rosafogo
natalia nuno
imagem da net
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segunda-feira, 2 de julho de 2012
RECORDAR...JUNTO CONTIGO
O rubor do sol no poente
pinta o chão de matizes
Enquanto tu perdido de amor
me dizes:
Que covinhas lindas no rosto!
E esse tímido sorriso?!
Nessa tarde já longínqua, ao doce
crepúsculo, era Agosto.
Olhares embaraçados
Lábios em sofreguidão
Corpos colados,
silêncio, ouvindo-se apenas
o bater acelerado do coração.
Acordo do devaneio
Incrível como o tempo voa
Nunca mais tem cura esta saudade
A que o resto do mundo é alheio.
Mas a ela não renunciarei, ainda que doa
Hoje não é tão doce a tarde
Mas há aves no céu!
E instantes vibrantes, vivos
Onde sou tua, e tu és meu!
Há coisas que me fazem subir
o coração à boca
O sol nos teus olhos brinca alegremente
E eu como louca
Adivinho os teus desejos, me entregando
docemente.
Disseste-me que era linda
Mesmo com rugas no rosto
E eu com saudade infinda
Lembrei-te a tarde longínqua
do mês de Agosto.
E de alto abaixo te mirei
Meu amor da vida inteira
Poemas de amor te escreverei
Saudosa da visão primeira.
natalia nuno
rosafogo
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