segunda-feira, 3 de agosto de 2020

laivos de sonho...



as palavras afluem ao pensamento
como um bando de pardais
já diminui a luz do dia é o momento
em que a saudade dói demais.
o sopro doce do vento
adoça o coração,
ouve-se a folhagem no jardim
tenho sede de libertação...
laivos de sonho passam por mim
vai alto o sol avermelhado,
o tempo marca a velhice 
causa desgaste
é fardo a cada dia mais pesado.

a inspiração é um estado intermitente
como nuvem que mesmo sem água ainda chora.
é quando a gente sente que está na hora
de soltar o estado d'alma na poesia
com muito amor e nostalgia,
é felicidade que pensamos possuir
liberdade como pássaro que voa
- mas ela vai-se, esboroa!
cerro pálpebras, sigo mais além
no sonho, onde há corações e abraços
e não deixo que nada nem ninguém
se interponha ante meus passos.

natalia nuno
rosafogo

domingo, 2 de agosto de 2020

asas para o vôo de cada dia...



que trago espinhos
ninguém diria,
expurguei a solidão
segui outros caminhos
e hoje em dia,
trago paz no coração.
abraço o remanso
deste rio que existe em mim,
e não é que não me atente
a água que canta na mente
utopia e saudade sem fim.
o tédio às vezes cresce tanto
que meu pensamento cria
asas de liberdade,
enquanto o sonho acalanto,
logo uma porta larga se abre
à saudade...
às searas ondulantes ao vento
aos sóis nascentes, às manhãs
de tempo ameno
o olhar  sereno, sustém o tempo
e a solidão, o pensamento
vai criando com ousadia
asas para o vôo  de cada dia!

e o coração?
ora revolto ora manso
vai procurando poiso para o
descanso!
Olho-me com olhar de desconfiança
vou acenando a despedida
levo comigo a criança
que caminhou a meu lado toda a vida.

natalia nuno
rosafogo
poema esquecido na sebenta
data de Janeiro/2012