palavras escritas com o coração, em qualquer verso está vazada a saudade poética que a memória canta. A fascinação pelo campo, o idílio das águas, a inquietação o sonho, a ternura o desencanto e a luz, toda uma bagagem poética donde sobressai o sentimento saudade... motivo predilecto da poeta. visite-me também em: http://flortriste1943.blogs.sapo.pt/
sábado, 14 de abril de 2012
ÀVIDA DE VIDA
Meu vôo levantei...
A negar minhas asas cortadas
Minha alma amarrei
E a solidão sem par, nas mãos apertadas.
A vida decadente entre o tudo e o nada
Num espaço vazio fatalmente cativa
Minha voz quebrada.
Os sonhos à meia-luz
Em noites enfadadas sem sono
A vida se torna uma cruz
É doloroso vê-la caindo
em abandono.
Ávida de vida
Meus olhos fitos no céu e o coração a bater
Da secura novamente renascida
Hoje que meus olhos vêem?
A vida ainda me quer
E ela me é querida!
Nada justifica a morte,
e com sorte
A vida não me será negada,
com alguma claridade...
ou uma mão repleta de nada.
rosafogo
natalia nuno
foto retirada da net
Poema inspirado nas seguintes frases « Ávida de vida, com asas cortadas, os sonhos á meia luz, um espaço vazio, repleta de nada» desafio que me foi proposto pela amiga MfVp na sua pág do Face.
Obrigada mais uma vez por me ter inspirado.
sexta-feira, 13 de abril de 2012
ALGUÉM ME ABRIU OS BRAÇOS
Alguém me abriu os braços
No umbral o vazio
Me perturbam os passos
Nas minhas paredes o frio.
Afogo-me no tumulto que me invade
Solto a angustia de par em par
Visto-me de lembranças de saudade
Minhas asas prontas a quebrar.
No umbral o vazio
Me perturbam os passos
Nas minhas paredes o frio.
Afogo-me no tumulto que me invade
Solto a angustia de par em par
Visto-me de lembranças de saudade
Minhas asas prontas a quebrar.
Alguém me abriu os braços
Sonhos de regeneração sem par
A buscar-me em noites longas de cansaços
Até que a aurora nos venha velar.
Até que a manhã seja realidade
Deixando a tona de água a boiar
O resto do sonho e da saudade.
Sonhos de regeneração sem par
A buscar-me em noites longas de cansaços
Até que a aurora nos venha velar.
Até que a manhã seja realidade
Deixando a tona de água a boiar
O resto do sonho e da saudade.
Abre-se a noite e a luz decai
Nada resta só lembranças
Passa o vento sobre as folhas lentamente
Revivo na memória o que não sai.
O coração agrilhoado dentro de si
Afadigado continuamente
Num vai vém a querer viver
aquilo que não vivi.
Nada resta só lembranças
Passa o vento sobre as folhas lentamente
Revivo na memória o que não sai.
O coração agrilhoado dentro de si
Afadigado continuamente
Num vai vém a querer viver
aquilo que não vivi.
Alguém me abriu os braços
De estranho mundo chegou
para povoar minha solidão
Com abraços...
Será sonho ou obsessão?
De estranho mundo chegou
para povoar minha solidão
Com abraços...
Será sonho ou obsessão?
natalia nuno
rosafogo
terça-feira, 10 de abril de 2012
VENTURA INVISÍVEL
´
Abarco na memória os dias vividos
Uns de vida intensa,
já outros perdidos...esvaídos,
fracassados e de solidão imensa.
Mas uma ventura me chega ao peito
Mesmo entrando em mim o cansaço
Nem tudo perece e deste jeito
Vou lembrando,
nosso tempo passo a passo.
Há um sentimento de gratidão
E a solidão se esfria!
Agradeço a Deus com todo o coração,
ter teus olhos e amor por companhia.
Sinto que meu rosto se apaga,
mas a luz continua em nós.
Minha memória se alaga
Soa como rumor
agora, a minha voz.
A vida se vai cumprindo,
neste tempo que está a morrer.
Nosso olhar é como um beijo
de amor, que gota a gota
ainda deixa seu aroma numa
lágrima escorrer.
Abarco todos os dias vividos
Contemplo a terra e o firmamento
E os meus sonhos são mais nítidos
Maior a beleza da vida, menor o sofrimento.
Será fictícia esta felicidade?
Ou ventura guardada no coração?
Ou apenas a saudade!?
Fantasia...ou invenção!?
natalia nuno
rosafogo
domingo, 8 de abril de 2012
HEI-DE SER LEMBRANÇA.
Hei-de um dia ser lembrança
Numa fotografia antiga
Numa tarde que declina
Na rosto da.menina!
Numa voz amiga.
No grito duma hora
Numa criança que chora
No silêncio dos rios que passam
No desatino do vento
Numa sombra que se liberta
Na renúncia do sofrimento
duma ferida aberta.
Hei-de ser lembrança
No bater do mar
Numa noite preciosa
Numa semente de esperança
Num sorriso, num olhar
No odor duma rosa.
Porque eu sou árvore aqui!
E serei sombra ali...
Fui criança reluzente
P'lo caminho fiz-me gente
Orvalho campestre p'la aurora
Cheguei à idade mofenta sem demora
P'la mão da madrugada
Pela vida cercada.
Serei ausencia, serei lembrança
Serei manhã, serei tarde
Serei criança, musica, flor!
Serei saudade...
De tudo ao meu redor.
Serei um verso vazio
neve a cair, chuva, frio.
Solidão do campo, flor do laranjal
Poeta rendida... ensurdecida
Mulher do retrato,
mas poeta até ao último acto.
Poesia é em mim, manancial...
natalia nuno
rosafogo
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