sábado, 21 de dezembro de 2013

fogem meus dias...




perdi a vontade de rir
gargalhadas deixei pelo caminho
e os sonhos escritos em pergaminho
que um dia hei-de reler
o meu peito ameaça transbordar
é terreno de lavanda a florescer
a pulsação bate-me na garganta
os sorrisos cansados como
pássaros assustados,
os lábios suplicantes
por afecto que não vem
atormentam-me as palavras
que não falo com ninguém

como asas de corvos através
da noite, fogem meus dias
e eu resmungo baixo, prestes
a explodir em choro e agitação
minhas asas engaioladas
em meu coração.
meu rosto alquebrado
cheio de sombras,
minha existência
a transformar-se num borrão

ah se eu fosse de novo um rouxinol
trinaria as minhas notas de amor
cantaria a mesma melodia de então
como quando era rapariguinha
comprometida com o amor e a vida.

natalia nuno
rosafogo







terça-feira, 17 de dezembro de 2013

meus olhos espiando...



Mas que altivez descabida
mar de ideias inconsistentes
anda toda a gente envolvida
c'doutores mais loucos q' os pacientes

dominados por desarranjo mental
sem que tomem feição diferente
revestem-se de prestígio teatral
tentando convencer toda a gente

porque há uma eternidade historial
comportamentos serão analisados
com o andar dos tempos em Portugal.

contra doidos varridos nos prostrando
seguimos sem acção... desesperados!
o golpe de misericórdia para quando?

natalia nuno
rosafogo
não tenho jeito para este género de poesia, mas hoje surgiu-me este soneto, (soneto?) o pior é a métrica, é só mais um momento onde desabafo a minha tristeza por este natal de pobreza em todos os aspectos.