pego no espelho
mais um dia a olhar
é como se o caminho
- se bifurcasse,
e tenha que caminhar
como se nada se passe
ao coração fechei trancas,
segredo da vida encerrei na mão
e um céu de nuvens brancas
traz à minha vida, saudade,
alegria, também solidão
deixei o céu encoberto
em lágrimas lavado
já as flores de amendoeira
haviam secado,
dói o presente,
recordo o passado
tudo chega ao fim
só meu pensamento não!
a quem contar o que vai dentro
de mim?
acabou-se a primavera
cismo em tempos passados
à espera,
do fim da caminhada
ferve meu coração
como outrora
com o desassossego
desta hora,
no olhar a lucidez mais dura
no coração imprevisível ternura.
natalia nuno
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