meu corpo é rio que flui e passa, o tempo é
de alargar o passo
embora hoje só haja sombra
sigo a vida mais um pedaço.
sobre o abismo dos meus sonhos,
o vento irrompe nos meus desejos
é vento de amor num vaivém até ao céu,
meu céu de lampejos...
meu corpo é mar infinito que me traz
uma orla de esperança,
e a vida que ora me acolhe ora
me ignora, limpa um par de lágrimas
que trago de criança.
meu corpo é roseira com uma última rosa
com aroma suave, que a solidão percorre,
no jardim perdida, despetalada, às vezes angustiosa
onde dia a dia mais um pouco morre.
natalia nuno
rosafogo
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