sábado, 21 de maio de 2011

PERDI A IMAGINAÇÃO



Meu sonho arrumei
Minha lágrima escondi
Meu desejo recalquei
Meu coração feri.
Meu passo miúdo
Meu soluço mágoa
Meu sonho era tudo
Ficou feito em água.

A razão sofre calada
O sentir, falsa ilusão
Solidão na madrugada
Uma amarga contrição.

Perdi a imaginação
Porque hei-de inventar?
Resta um sopro de emoção
Que não me deixa calar!
Hei-de rogar uma praga
A esta vida... sem dó!
Quero que ela me traga
Vida...não quero estar só.

Penso e estou convencida
Que não cansarei de rimar
Embora me sinta perdida
Não me darei por vencida
É este o meu pensar.
Da Vida quero a resposta
Que ainda tem p'ra me dar.
Já vou subindo a encosta!

O coração anda esquisito
Num sonhar que já morreu
Mas nele ainda acredito
Apesar do que sofreu.

rosafogo
naatlia nuno
imagem bolg decoupage

sexta-feira, 20 de maio de 2011

O CORAÇÃO FALA ALTO



Postei-me
Perante a pedra do altar
Pus-me de pé agradeci ao Senhor
Lembrei-me
Que ali te jurei amar
Ali jurámos eterno amor.

A lembrança me arranca da abstração
Faz eco no meu desassossego

Como o ribombar dum trovão
Mas à recordação tenho apego.
Fico presa em sobressalto
Presa dum temor
O coração fala alto
Que foi feito desse AMOR?

No fragor da tempestade
Rebenta o sentimento saudade

Mas eu sou uma mulher de fé
Posto-me perante o altar
De pé!
Meu coração sem cansar
Ali vai num gosto leve
A Deus vai entregar
Este amor que foi tão breve.

Toda a vida fui sonhadora
Personagem das minhas fantasias
Das chamas devoradoras
Ainda vivas nos meus dias.

rosafogo
natalia nuno
Imagem retirada do blog para decoupage

MITIGO A SOLIDÃO



Não vale a pena amargurar
nem sofrer
Outro momento ninguém vai oferecer
é preciso viver.
Auguravam na minha infancia
que viria a ser
Senhora do meu destino
E assim num querer divino
Se revelou de verdade
A infância já da memória se escoa
Mas ainda a contemplo com saudade.

Entrego-me a um sono bemfazejo
Reflito sobre a minha identidade
E em mim fica o desejo
De paz e tranquilidade.
Agora os dias são serenos
Só meus olhos andam nublados
Mergulho num mar de confusões
Meus dias são tão pequenos
Meus gestos embaraçados
E tantas as ilusões.

As rugas profundas me sulcam a cara
E no coração uma dor que não sara.

Perco-me num labirinto
Não consigo afrouxar a marcha
Meus olhos mortiços no vazio dos espelhos
Mas para mim minto
Não és tu! São eles que estão velhos.
Trago uma vida emprestada
Pungente de melancolia
Morrerei daqui a nada
Lá se vai a alegria
Que em meus olhos se lia.

Mas meu coração
é verdadeiro penedo
Mitigo a solidão
O esquecimento me traz medo
Deixei a juventude para trás...
Tantos anos faz!
Já perco o mundo de vista
Só a poesia é meu estado de graça
Só  ela não quer que desista
Sobre o muito que perdi
O tempo passa.

rosafogo
natalia nuno
imagem do blog de decoupage

quinta-feira, 19 de maio de 2011

DESILUSÃO

Recados de Pensamentos

Nas meninas dos meus olhos
Lágrimas rumam perdidas
Vazias de esperança, escolhos
Sonhos de esperanças caidas.
Abro meus pulsos veia a veia
Para afogar meus sentimentos
Sou do mar a maré cheia
E naufrágo em tormentos.

Minha voz se torna agreste
Meu rosto desencantado
Que amor foi este que me deste?
Que é um  mar encapelado.
É a maldição do vento
Que até me deixa em quebranto
Mas sempre no meu pensamento
Porquê, eu te amo tanto?

Que amor é este que me queima
Que é feitiço em mim
Mas que meu coração teima
Que é doce amar-te assim.

E fico à espera que venhas
Como havias prometido
Foge a noite raia o dia
Impossível que não tenhas
Um pouco de amor mesmo fingido
Que me devolva a alegria.
Guardo o toque da tua pele macia
Sinto-o nos meus seios laranja
Teu cheiro a rosmaninho florido
O brilho que o teu olhar esbanja
Quando de loucura perdido.

Ruidoso o vento sopra lá fora
E tu me dizes que não!
Meu coração te namora
Pobre do meu coração.

natalia nuno
rosafogo

terça-feira, 17 de maio de 2011

QUE É FEITO DO NOSSO AMOR?



Escrevi-te todos os dias
Gemidos a toda a hora
Pensei que me enlouquecias
Da amargura de ires embora.
Labirintos, vida perdida
Desencontros obscuros
Ficou a mágoa e a saudade
E os meus sonhos tão escuros.

Sepultaram a minha felicidade
E hoje o Amor já não arde!

Fui sucumbindo à espera
Da resposta que não chegou
Anoiteceu já é tarde
Já a mágoa em mim calou.
Das carícias esperadas
Reprimi o que em mim era
As minhas lágrimas salgadas
Hoje morri na espera.

Como um brinquedo velho
quero de mim própria fugir
Na Vida já não há espelho
Que volte a ver meu sorrir.

Escrevi uma carta de amor
Deste bem querer que sinto
Na falta do teu calor
Eu para mim mesma minto.
Que é grande a nossa paixão!
Que recebi lembranças senti,
Confidências e bater teu coração.

Amor, que é feito de mim e de ti?

Mas trataste-me com frieza
Fiquei de lamento em lamento
Agora tenho a certeza
Para ti, não tenho merecimento
Teu amor marcas deixou
Rezo de joelhos no chão
Mas o Santo me falhou
Não me dando a tua mão.

Do teu corpo guardo as doçuras
E uma saudade infinita
Tinhas prometido loucuras
Que o meu ainda acredita
Mas o amor está desfeito
Já esqueço até o sabor
O calor do teu peito
Que é feito do nosso amor?

rosafogo
natalia nuno

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segunda-feira, 16 de maio de 2011

MEUS VERSOS



São estes versos que faço
Como um rio que se agita
Como uma ave que grita
Fica a tristeza a um passo
São um gozo que me excita
Um devaneio, um desafio
Sempre há neles um mar um rio
Ou uma saudade infinita!

Corre-me o sangue na veia
De cor vermelha, extravasa!
É a força que me norteia
Lágrima que do olhar vasa.
Versos da minha lembrança
Pólen da minha Primavera
São manchas já à distância
Deste poente que me desespera.

Mas estes versos eu semeio
Ao vento e em liberdade
Sossegam meu rosto do anseio
Onde germina a saudade.
Se é tudo tão passageiro
Só minha angústia é eternidade
Lembro os amores do meu canteiro
Com palavras de dor e ansiedade.

Mas eu sou forte não desisto!
Meus versos são sentimentos
Sangram no peito se insisto
Fecundam mil pensamentos.

rosafogo
natalia nuno

domingo, 15 de maio de 2011

SIM...OU NÃO?!



A que propósito vem esta parvoíce?
Recordar...recordar, sim ou não?
Não passa de loucura, doidice
Mas sempre o coração tem razão.
Viajo nua não sei como ocultar
Trago um nó na garganta
É a saudade mo coração a cantar
A paixão que me domina
Saudade que ainda me espanta
Ao recordar aquela menina.

Quem serei na realidade?
Sou apenas a sombra,
Porque a luminosidade
Se foi na verdade!
Se foi a brincar com a brisa
Agora sou uma soma de traços
A vida é engodo e a gente precisa
De lhe seguir os passos.
Trago uma sombra de inquietude
No rosto, no olhar...
Um sonho estranho amiúde
Que é trovão a ribombar.

Do sonho resta a melancolia
Que tem a força da tempestade
De sonhar não cansaria
Se me devolvesse a Mocidade.

rosafogo
natalia nuno
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