sábado, 10 de fevereiro de 2024

sopro de emoção...



bate a chuva, chega a noite
e o vento como açoite
traz a saudade que a abraça
e acorda-lhe a memória,
que a ameaça!

lá acorda emotiva
e lá se encontra com o passado,
dele fica cativa
com o chão que a viu nascer,
ali mesmo ao lado

de coração partido ao meio
e a lágrima já sem água
pergunta ela ao que veio,
se o coração acumula mágoa

este poema não sabe que é esmola
para alguém que padece
nem que o coração consola!
neste dia que anoitece.

assim fica mais um poema
a esconder da chuva e do vento
que foram conjectura do tema
onde a saudade foi sustento.

natalia nuno 

quinta-feira, 8 de fevereiro de 2024

uma trégua que me adie a morte...



as aves do céu
recordam-me o tempo que se foi
e o que me resta,
a nostalgia que dói
como se o coração fosse muro
embaciado, 
e dentro dele o sol quebrado.

na mente, claro escuro
sobressaltos violentos 
que me avisam os sentidos,
já se despenham pensamentos
enegrecidos.

vejo a passar nuvens vazias
vão como a minha viagem em quietude
surgem para dar-me os bons dias
trazendo uma trégua que me adie a morte
o fluir da minha mão, e com sorte
voltar livre, o sol ao coração.

natalia nuno