volteiam asas de borboletas
dentro do meu pensamento
pairam sobre as violetas
do jardim do meu lamento,
enquanto passa por mim a aragem
e a vida sobra, da que levo já vencida
e no anseio da viagem
sinto a vontade perdida.
sinto as horas a correr
e à noite pela calada
é a tua ausência a doer.
é como se não se passasse nada!
os dias todos iguais
penso eu com insistência
que nada valem meus ais...
do que foi minha existência
embalo ainda o que me basta
para a vida ter sentido,
mas o coração não se afasta
de andar p'lo teu tão perdido.
há sempre um sopro que corta
o vôo dos pássaros em sintonia
ao passarem rente à minha porta
acalentam o sonho por mais um dia,
e quando a noite cobre de escuridão
há sempre um pouco de luar
neste meu coração
que tem por vício te amar.
natalia nuno
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