em pequenas coisas, ponho minha emoção
com uma esperança enorme, deixando a memória
lembrar, porque estás no pulsar
do meu coração,
ouço o som dos teus passos
som sempre presente no pensamento
angustia-me a falta dos abraços
é melancolia sentida neste momento.
a vida às vezes se extravia
enquanto damos asas ao desejo
e lá volta de novo ao coração a nostalgia,
lembrando um abraço, um ou outro beijo
há pequenas coisas que ocupam o presente
e outras que não se apagam da memória
de momentos enfeitiçados
instantes da nossa história
ao tempo confinados,
caminhamos, lembrando só o lado generoso
a que dizemos adeus,
o gemido do amor fica à distância
segredos meus e teus...
ponho no olhar uma flor comovida
que te abraça com seu aroma
para esquecer como a vida
se tornou agressiva, e nos toma
a minha boca soletra restos de verão
mas o inverno já na garganta se despenha,
uma centelha de quando em quando sobressalta
deixando um rasto gostoso, antes que a morte venha.
estranhamente ainda respiro e escrevo
a inquietude das metáforas me põe louca
não sei se devo ou não devo
através delas, sonhar ainda, com beijos
da tua boca...
natalia nuno
rosafogo