tudo ainda arde com formosura
tanta, que ainda na memória dança
a ternura, gemidos d' amor,
já à distância,
esse amor que ainda nos abraça
com a mesma magia.
hipnotiza-se o sol nas águas do rio
enquanto sussurro metáforas, fio a fio.
confidências me fazia a aurora
já nada se repetirá, os segredos aprendidos,
a música dos pássaros aos ouvidos,
como inventar a hora
de me devolver todos os sentidos?
vem o luar de Agosto,
meu companheiro de segredos
e eu ferida de saudade,
no pulsar do tempo, meus medos,
tua sombra limpa claridade
e as palavras asas dos meus dedos
os caminhos levam meu olhar
inquietas as malvas orvalhadas
o frenesim dos pássaros na ramagem
papoilas ao vento despenhadas
e no meu coração a tua imagem
de então.
e assim flutua ainda tudo na retina
tudo no horizonte deste poema
a fragrância formosa da terra
que é meu preferido tema
não existe agora mais que este céu
acende-se um arco-íris que é teu e meu
junto ao salgueiro adormecido,
lembrança de tanto nos havermos querido.
natalia nuno
rosafogo