palavras escritas com o coração, em qualquer verso está vazada a saudade poética que a memória canta. A fascinação pelo campo, o idílio das águas, a inquietação o sonho, a ternura o desencanto e a luz, toda uma bagagem poética donde sobressai o sentimento saudade... motivo predilecto da poeta. visite-me também em: http://flortriste1943.blogs.sapo.pt/
sábado, 14 de outubro de 2017
saudade de quem?...
ondulam fortes ventos numa melodia constante
e como eles meus pensamentos
num confiado sonho distante
como pássaros migratórios, levam de mim
saudade...
a vida começa como se nova fosse
numa plenitude difusa subtil e doce
entrego corpo e alma à brisa, à claridade
ao que nunca vem,
ao que não existe,
à saudade... saudade de quem?
caem folhas de outono moribundas
já mal me conheço,
chega a tarde declinante
é o fim do começo
aos meus ouvidos um ruído distante
passam os dias da minha vida
geme neles o silêncio e a escuridão
como se nunca mais pudessem ser
senão,
dias de solidão.
ficou para trás a primavera das amendoeiras
brancas,
que nostalgia!
extraviaram-se meus olhos
desse vínculo que me seguia,
permaneço com olhar de criança
perdido na lonjura,
e minhas mãos são asas de frescura
esqueço o outono da vida que se vai alterando
tento distanciar a pressa
e na emoção do caminho,
o amor sempre regressa
com tenacidade vou sonhando
e recordando o muito que vivi
pássaros ardentes, borboletas às cores
viajantes nas nuvens, amores,
boa parte das coisas simples que nunca esqueci.
natalia nuno
rosafogo
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