sento-me no chão
olhando o espelho das águas
e na minha solidão,
na bagagem levo mágoas,
vivas no coração.
trago na sombra da memória
os passos que dei em vão,
e no rosto perfume da tarde perfumada,
enquanto aqui sentada
acaba meu tempo lentamente
não sendo eu, senhora de nada!
o sol na seara é ainda quente
e o vento perfeito, no peito
vive o amor somente.
abrigo-me à sombra do loureiro
lembrando ardente paixão
daquele amor primeiro
inquieto em meu coração
e a respiração se altera
cai a folha e o meu olhar se esvai,
sonho o amor... ai quem dera,
sonhar e não acordar.
treme o sol no meu sorriso
desarrumou o meu juízo,
no chão quando me sento
mil e um sonho invento,
mas a vida acinzentou.
agora, já não sei quem sou!
natalia nuno
rosafogo