palavras escritas com o coração, em qualquer verso está vazada a saudade poética que a memória canta. A fascinação pelo campo, o idílio das águas, a inquietação o sonho, a ternura o desencanto e a luz, toda uma bagagem poética donde sobressai o sentimento saudade... motivo predilecto da poeta. visite-me também em: http://flortriste1943.blogs.sapo.pt/
sábado, 10 de dezembro de 2011
O SONHO FICA AQUÉM
Avanço no sonho!
Ao chamamento
duma voz que por mim chama
Um perfume a jasmim trazido p'lo vento
Quem sabe, de quem me ama!
Entrego-me ao suave palpitar da mão,
do amor que acalento.
Fugiu o vento...
Sangrou meu coração.
Avanço no sonho!
Sobre o prado verde dos teus olhos
Tudo na memória se perde
Ficam os pensamentos dispersos
Pétalas secas aos molhos
Nestes tempos adversos.
Sopra o vento perfumado
Lembrando manhã de primavera
E meu sonho agitado
Lembrando que tudo perdera.
Verde sonho,
azeda melancolia
À minha alma chegada
Arrancando o que eu mais queria,
permanecer nesta ilusão afogada.
Assim resta meu coração a clamar,
minhas faces caídas,
esvaídas
Sem mais sonho para sonhar.
Chega a aurora
O sonho fica aquém!
É hora de aceitar,
da vida o desdém.
rosafogo
natalia nuno
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sexta-feira, 9 de dezembro de 2011
RASGO VERSOS UM A UM
Sobre noites profundas
Olhos sem pupilas, perdidos.
Adormecidos
por canções já apagadas,
lembranças,
nestas janelas fechadas.
A vida?
A vida é lenço branco a acenar
É uma oração sem esperança
É olhar para trás e recordar
E sentir-se eternamente criança.
É recolher no olhar
tudo o que não quer esquecer
Deixar o amor irromper
O sonho permanecer
Ter sede constante de viver.
Dizei-me o que fazer agora?
Às vezes o medo cresce, cresce
e as lágrimas surgem na hora
Enquanto o pranto desce
Me acode a esperança
e de novo volto a sentir-me criança.
Rasgo versos um a um
Fujo sem saber para onde
Feitos em pedaços a nenhum
quero ouvir,
nem o que neles se esconde.
O açoite do Outono
Ri e no meu corpo passa
Como folha de pinheiro ao abandono
Cai a minha vida
que é cada vez mais escassa.
O sossego me invade
Nesta noite profunda, aviva o fogo
da saudade.
Meu coração silencioso
Mas ateado nele um fogo
escuramente luminoso.
rosafogo
natalia nuno
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quinta-feira, 8 de dezembro de 2011
PAIXÃO EM CHAMA
Meus lábios pronunciam
teu nome
Meu corpo apontado ao teu
é flecha veloz
Nos nossos olhos um caudal de luz
Emerge o amor de novo em nós.
E eu sou o teu sonhar,
o pensamento que te abrasa
Quem sorri no teu adormecer
Enquanto o sonho continua
Me tens de coração,
E alma nua.
Paixão em chama
Como nascida flor
É assim quando se ama
A verdade em que os sentidos,
despertam amanhecidos,
Como se nada tivesse distante
na loucura deste instante.
O amor é a nossa terra prometida
longínqua dos demais,
numa pintura esvaída,
onde o pintor vai retocando
amando,
e não cansa jamais.
Um cântico nos inunda
de felicidade
Persisto, sem desistir!
Pois para nós amor,
ainda existe
Um mundo por descobrir.
rosafogo
natalia nuno
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terça-feira, 6 de dezembro de 2011
TERCETOS (VÁRIOS)
Não sei bem que chamar-lhes...pensamentos? IMAGINAÇÃO?
Ou Haicais?TERCETOS?
Coisas minhas....APENAS!.
I
Flor desfolhada
ao orvalho da madrugada
Pobre coitada!.
II
Movi-me à volta do sonho
O que vi? Nada risonho!
Mundo tristonho, também ali.
III
Sonhei o que eu era
Imagem imprecisa
Sombra do que fui.
IV
Húmidos vidros de Novembro
Morre a última rosa
Dela me lembro, vistosa.
V
O silêncio é leve
Resvalam palavras, bravas!
A vida é breve!
VI
Quem é esta mulher?
Esta a do retrato?!
A chorar desato...
VII
Frusta-se o tempo...tudo destrói
Morre o lamento
Surge dor que dói.
VIII
Desenleia o novelo
Vida sem história, sem memória
Caí no gelo.
IX
Presente enclausurado
Amanhã abismo, cismo!
Sonho o passado.
rosafogo
natalia nuno
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NOITE DE SOLIDÃO
Nesta noite sem fim
Trago os passos num sonho
perdidos
Meu peito volta a doer
Mais uma mágoa desfolhada,
promessa de nada.
No corpo desejos a crescer.
Sentidos,
meus olhos cansados a esperar
a ver o corpo a suplicar.
Ah...se eu pudesse ter guardado
teus beijos numa taça de cristal!
Ao olhá-los matar desejos
E ser tudo assim tão natural.
Nesta noite imensa
Meus lábios esperam p'los teus
Finjo que não te espero
Mas sentir a tua ausência
Não desejo nem quero!
Peço a Deus,
que os sonhos que arborizo
Me tragam a tua mão
Que não me façam esperar
pois preciso
continuar a sonhar
Para que o sonho não seja em vão.
rosafogo
natalia nuno
domingo, 4 de dezembro de 2011
MAS NADA FOI EM VÃO!
Nas minhas noites uivam lobos,
E na linha do horizonte
há um grito distante,
no sonho a emoção se inclina
sobre a minha fronte.
Meu rosto é diamante
E a minha voz, de menina!
Caminho sobre a ponte
Levo nos olhos espigas,
verdes, do verde do monte.
Nos lábios levo cantigas.
Na garganta um soluço esmorecido
Nas mãos linhas mortas destruídas.
No caminho um crepúsculo já caído
Meus braços asas caídas.
Na vontade a resistência
Mas já da palavra a ausência
Mas a esperança vai aumentando!
E as lembranças?.
A Deus as bendigo, amando-O.
Lembranças a cada instante vivas.
Em mim cativas!
Insisto com esperança
na minha oração.
E a vida é feita de setim!
Os meus olhos durarão,
o tempo que a vida leve a chegar ao fim.
Coberta de vazio a vida?
Parece um instante eternizado!
Toda ela percorrida
É presente e passado.
Mas nada foi em vão!
Ato a vida e o sonho à minha mão.
natalia nuno
rosafogo
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