quinta-feira, 17 de outubro de 2024

poesia em tempo de outono...



os sonhos confundiam-me
atrevia-me a sonhar
enquanto certezas procurava
com esperança de alcançar,
poemas foram crescendo
até o rosto enrugar

ainda com vigor 
e palavras aprendidas
em noites de amar,
tudo era amor, até o tempo
da dor chegar.

removi ideias
maldisse o destino
duvidei do Divino

a menina inocente
reclama-me ainda,
olha-me fixamente
consola-me sua fugacidade
que tanto me dá saudade!

resta um passo ténue
até ao esquecimento,
e nas águas frias navega
o pensamento

perdem-se as palavras no vazio
das horas, no vazio da boca
que o esquecimento mastiga,
é já o domínio da morte
que apregoa ser minha amiga

natalia nuno


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