ora verde ora seca a verdura da alma
e o coração é como vela a arder
é chama viva,
ora doce e calma
de assim, por ti sofrer...de tanto te querer.
agora que já se quebram os passos
caminho lentamente até ao inverno da vida
abandono a tarde dos abraços que é já um mito
as aves acalmam as penas
nas horas mortas serenas do meu silêncio
só eu lhes escuto o grito,
já a hera não trepa o muro
nem o orvalho enche a manhã
que tempo este... tão duro,
outono de esperança vã
que o sol já não doira...
já o pássaro não chora o ninho
nem as madesssilvas floridas
enchem o caminho,
morreu-me a vontade de semear
arrefeceu o gosto de colher
já nem sei o que é amar
esqueci até que sou mulher
nunca o sol me viu tão triste
já meu pensamento desatina
se é que o amor existe
não fez parte da minha sina.
resto agora de esperanças vazias
a saudade no meu peito mora
morro todos os dias a toda a hora
mais um pouco, por amor,
justamente
de amor rendida...
saudades matam quando estás ausente
e meu corpo o desejo não olvida
enquanto não arrefece no meu peito
este amor quase perfeito...eu te quero
e sempre te espero...
natalia nuno
rosafogo
Sem comentários:
Enviar um comentário