sempre o tempo decrescente
a aproveitar-se de mim desprevenida
a gotejar-me na mente
pedaços da minha vida
sinto-me como quem navega
à sorte,
sem saber para onde
passo a passo para a morte,
isso o tempo não me esconde.
sobra em mim o cansaço
envolvo-me nas memórias
das minhas raízes
passo o tempo a lembrar-me
d'outras épocas felizes.
perdidos na idade
ando eu e os salgueiros
caem as sombras a pique e a saudade
vai longa, depois de tantos Janeiros.
meu sonho nasce e renasce
dele nem vale a pena acordar
este alento me advém do teu amor
faz meu coração serenar,
lembrança em lembrança
lembrarei com ardor.
natalia nuno
imagem pinrest
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