vim ao mar segredar,
tudo ouviu da minha boca,
beijou-me os pés veio me saudar
achou minha saudade louca.
vi-me nos seus olhos de prata a brilhar...
mostrou-me seu rosto risonho
e no seu vestir de azul rendilhado
portou-se como se fosse meu amado
veio até mim se espraiar,
perdida no seu encanto esqueci até a solidão,
e ao segredar-lhe da vida e do meu desencanto,
confortou-me o coração.
apressou-se a beijar-me a mão
e assim escrevi este poema tão nosso,
poema de veemente paixão!
mas logo meu sonho deu à costa,
enfrentei a realidade, um outro mar,
tantas vezes tempestade, dor e saudade.
natalia nuno
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