terça-feira, 17 de maio de 2016

bateram à porta...



bateram à porta
e o meu coração pulsou nas paredes
que importa...que importa!
se numa obscura inquietude me vedes?
foram as minhas perguntas
uma e outra vez
lá fora o vento rasgando o ar
como um corcel e na minha pele
um arrepio me percorre
numa oculta linguagem.
bateram à porta
estranha possessão que me prende
e se estende, colocando-me no vazio
silenciando-me na solidão...
como estátua cativa
já nem sei se estou morta ou viva
uma confusa lágrima vai-se perdendo
sem alento, afundo-me no esquecimento
a vida é carta por fechar
a morte a resposta
que tanto queria ignorar

bateram à porta
confundindo os meus sonhos
e eu nem viva nem morta
o que se passa? o que procura?
e na imobilidade dum triste momento
lá fora rasgando o ar o vento...
com força forte e decidida
tal como a morte a levar a vida.

natalia nuno
rosafogo

2 comentários:

Maria Rodrigues disse...

Fiquei encantada com a forma sentida e bela como escreve. Meus parabéns.
Os poetas escrevem o que vai na sua alma e tocam o coração de quem lê.
Irei acompanhar este brilhante cantinho.
Um abraço
Maria

orvalhos poesia disse...

Uma boa surpresa, agradeço imenso suas palavras Maria, fico orgulhosa, por gostar do que escrevo, obrigada pela presença com que me sinto honrada.

Um abraço boa semana.