sexta-feira, 6 de abril de 2012

RECOLHO AS PALAVRAS



Trago as palavras gastas
as rimas doentes
Chegam a mim indiferentes
fatigadas
Recolho-as no muro da tarde
fracassadas
Pousadas na saudade.

Sedentas de cumprir o seu papel
Entregam-se como o polen à abelha
Ou como a abelha se entrega ao mel
Soam secas,  são como alimento
humilde
Amargam o meu tempo
Aumentam os meus medos,
a minha loucura de recordar.
Mas são a minha esperança de continuar,
a ouvir as minhas gargalhadas
a escutar as minhas passadas.
De me sentir no campo uma cotovia
em liberdade.
Dia a dia...
De morrer e renascer
com infinita saudade.

Palavras são a única voz que me resta
Gastas, indiferentes fatigadas,
como manhãs nubladas,
onde o sol é apenas fresta.
Que eu viva ou morra pouco importa!
As palavras atordoam a minha alma hora a hora
Abrem porta...ao meu peito
Invadem a solidão do meu leito
São testemunhas do meu desalento
Mas nada disto é em vão!
Pois elas são o meu sustento
O sustento do meu coração.

natalia nuno
rosafogo
imagem retirada da internet

2 comentários:

Karine Tavares disse...

Teu blog é lindo, parabéns!

Vem conhecer o meu:
leiakarine.blogspot.com

orvalhos poesia disse...

Obrigada Karine, pela visita amiga.