segunda-feira, 6 de junho de 2011

UMA LÀGRIMA



Nos meus olhos perguntas a mais
Uma lágrima no vazio
Arauta dos meus ais.
Da minha força e brio.
De repente cai!
Como restolho a arder
E num fogo se agiganta
Esta força de querer
Que me percorre e me espanta.

E o tempo é uma infinidade
E tudo volta á minha memória
Fico ébria de saudade
Tenho medo da desmemória.
Que esqueça até de mim
E feliz no esquecimento
Nem dê p'la chegada do fim.
Nem lembre,
 a menina dos caracóis ao vento.

Trago névoa no olhar
Meus olhos são o que são...
Não mais a janela aberta de par em par.
Mas o coração?
Enconrtra respostas que quer ignorar.

A memória já se extravia
As lembranças são águas entre as águas
E trazem à luz do dia
Minhas alegrias e mágoas.
Dum tempo breve e feliz
Lembranças já fugitivas
Mas a vida ainda me diz
Tens-las aí ainda bem vivas!

Nos meus olhos cresce o mutismo
Como se o presente se evadisse
Resta um profundo lirismo
Como se em mortalha me visse.
E o Céu para mim se abrisse.

rosafogo
natalia nuno
imagem ret.blog decoupage

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