segunda-feira, 16 de setembro de 2024

na solidão da hora



a saudade tem pressa de ouvir
os pássaros que virão na primavera
e de me fazer sentir
a fuga do tempo, esquecendo
quem eu era...

um monte de sonhos me vem
à mente, ainda não esquecidos,
haverá sempre algum alento
nos nossos rostos esvaídos



nesta diáfana aventura
onde a luz já é intermitente
amargura,
a gente sente
e saudade noite e dia!

saudade do sol no reposteiro,
atravessando por entre o rendilhado 
sem pressa!
enquanto o amor acontecia, 
uma vez, outra vez, mais essa...

quando ainda as gaivotas dormiam 
agigantava-se em nós o desejo 
como um corcel de fogo e vento
sem pejo, nos envolvia
até ao esquecimento.

nevoeiros caídos,
vão apagando nosso mundo
num céu cinzento
ou incolor
que vai emudecendo em silêncio
profundo, o nosso amor.

natalia nuno
imagem pinterest

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