segunda-feira, 15 de julho de 2024

nada sou, nada me resta...

sou poeta porque entendo
a voz do vento,
quando escuto seu lamento
e ouço o canto das estrelas
na solidão,
sou poeta, porque entendo
do luar a lamentação.

poeta que tem amor à vida, 
cisma e medita
olha a negra tempestade
no céu infinita

também a paz avisto
na já remota saudade q' em mim
se esconde
de paixão me visto
sou poeta, a inspiração
me vem não sei de onde!

enquanto na minha alma
suspira a poesia condoída
ela me acompanha toda a vida.

sou poeta, ouço a fonte
- que murmura!
poesia, minha água 
pura...

ao raiar da aurora
ou na nostalgia da tarde
quando a sombra encanta
os arvoredos
vem a mim a saudade
e nada sou, nada me resta
nem meus medos.

poeta a quem a vida 
já não surpreende
nem molesta!

natalia nuno

imagem pinterest 

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