agarrei na palavra
e neste jogo que é a vida,
morria a humanidade
desiludida,
com tantas vidas por dentro
ouvia a música do vento
que me trazia saudade
a noite descia,
e horas de incerteza
me faziam companhia!
outra que também sou
talvez indefesa,
escutava todas as minhas acções
sepultava as minhas desilusões,
partilhava dos meus sonhos
e atravessava as pontes da minha mente
mas logo a outra que também sou
mais ardente,
cheia de felicidade
cantava até à desmemória
poemas d' amor e a saudade
assim prendi em mim a palavra
e com solidão e arte
pus-me de parte...
consenti às minhas outras que sou,
falar, falar, falar
sem escusar-me de as deixar
todas elas em mim habitar.
natália nuno
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