vou desbravando lugares ao esquecimento
meu coração solitário se afoga,
descompassado, sem alento
e um sonho se anuncia
como que um labirinto,
por detrás de cada sombra
silenciosa penumbra sinto.
parece que tudo se reduz
e o tempo enterra
perdidas as memórias
mas é a vida que encerra
tenho pavor do desconhecido
queria libertar-me e voar
e despertar num campo florido
onde o meu corpo soasse suave
leve como ave
sentisse o sol e o vento
sem abalo, nem temor
sem estar condenado a existir
neste tempo violento
estranho cansaço
e às vezes, uma imobilidade poderosa
sem vontade de dar mais um passo,
recordo o que resta da imensidade
do aroma
duma árvore que foi frondosa...
natalia nuno
rosafogo
4 comentários:
Boa noite de domingo, querida amiga Natália!
Impressiona a veracidade de seus veros.
"O tempo enterra perdidas as memórias mas é a vida que encerra".
Assim ocorre no decurso do nosso viver quando descemos a montanha que, outrora, escalamos.
Tenha uma nova semana abençoada!
Beijinhos
Uma inspiração outonal, o cinza das coisas, o desfolhar das arvores, o marrom das folhas no tapete onde transitamos com nossas lembranças calorosas de um Verão.
Há uma sensação de angustia, um desconforto e a vontade de primaverar-se.
Belo e dolorido poema Natália.
Aqui esperamos a Primavera.
Abraços e feliz semana.
Este seu poema, minha Amiga Natália, fez-me imaginar cada sombra silenciosa que persegue a luz que a ampara e a faz desejar ser ave ou vento para não temer mais o que desconhece. Muito inspiradas e inspiradoras as suas palavras.
Tudo de bom.
Uma boa semana.
Um beijo.
Aos três amigos desejo uma óptima noite
Agradecida pela visita, e pelos comentários onde sinto muito carinho, fico feliz, é um privilégio a vossa companhia e amizade.
Bem hajam.
Beijinhos, tudo bom.
Enviar um comentário