domingo, 11 de junho de 2023

quando o papel me olha...


crescente lentidão do tempo
neste papel solitário
que me olha e eu ausente
apostei a sorte
não quero lembrar-me da morte
é uma luta sem trégua
o esquecer-me
uma solidão tamanha
a primeira a aparecer-me.

no silêncio
redimida
indago qual o sentido
da vida

reconheço turva minha mágoa
escrevo palavras na água
sinto-me viva.
cada golpe é maldição
mas eu sustenho o coração.

natalia nuno
rosafogo


4 comentários:

Graça Pires disse...

O sentido da vida. Procurá-lo é um grande desafio. Talvez seja possível olhar tudo como se fosse a primeira vez. Talvez nos deslumbremos com a surpresa dos dias. Então a folha em branco
terá palavras cheias de comoção e de esperança.
Tudo de bom.
Uma boa semana.
Um beijo.

Toninho disse...

Uma dura busca que fazemos nesta travessia e o medo de no final dar em nada do que pensávamos encontrar. E a folha a nos olhar pedindo poesia Natalia que você sempre atende com arte.
Abraços e feliz semana.

orvalhos poesia disse...

Obrigada estimada amiga Graça
Teme-se sempre o esquecimento e as sombras do caminho, mas há um raiozinho de esperança a cada manhã, assim vamos vivendo com a ajuda do desabafo na folha de papel branco.

Beijinho resto de óptima semana.

orvalhos poesia disse...

Fico feliz com a sua presença meu caro amigo Toninho, sensações que batem em nós e que nos levam a perguntarmos a nós próprios, como vai ser daqui para a frente...o tempo vai-nos cortando as asas, estende-nos a noite, tolhem-se os sonhos e nada é fácil.
Ainda assim resta um pouquinho de esperança em cada madrugada.

Feliz semana também para o amigo
Um fraterno abraço