quarta-feira, 8 de junho de 2022

alongam-se os silêncios...



escrevo nas águas 
as palavras fogem de mim
alongam-se os silêncios,
despovoa-se a vida numa solidão sem fim,
fico sem saber o que fazer
palavras perdidas, outras  na garganta presas
e meu ânimo a ceder, às incertezas.
as palavras eram esperanças sonhadas
estão agora em saudades mergulhadas
hoje, ferem meu pensamento à toa,
em insónias forçadas até madrugada alta
com lembranças antigas
que não sossegam e o coração me magoa.

e a memória enrola e desenrola
vai deixando o peito em alvoroço
como se ainda aquele amor estivesse ali ao lado
o som da sua voz eu ouço
recordo o beijo furtivo roubado
dor, saudade do tempo mais doce da vida!
de olhar perdido, marejado, 
onde a saudade fere profundo
quando estas palavras escrevem sentidas
todo o meu mundo.

aturdidas brilham as rosas no jardim
com raios de sol em sua direcção,
sonhadora, iludo-me assim
mas tudo não passa de imaginação.
vivo em mim, sou minha nostalgia,
minhas águas prestes a chegar ao mar
com palavras de saudade a boiar,
que submetem o pensamento dia após dia
ao lugar onde habita o esquecimento.
 


natalia nuno
rosafogo
imagem do pinterest





4 comentários:

Roselia Bezerra disse...

Bom dia de toda paz, querida amiga Natália!
as palavras eram esperanças sonhadas
estão agora em saudades mergulhadas

Você consegue exprimir muitos sentimentos que sentimos com toda precisão poética linda.
Tenha um dia abençoado!
Beijinhos

orvalhos poesia disse...

Grata querida Rosélia, desejo também que tenhas um óptimo dia, com muita paz e alegria no teu coração, que sejas feliz. Muita e bela inspiração para a criação dos teus belos escritos.

Um grande beijinho

orvalhos poesia disse...

Obrigado!

Cidália Ferreira disse...

Um poema belo e intenso! Adorei ;)
.
Quando um olhar se sente perdido.

Beijos. Votos de uma boa noite