terça-feira, 10 de maio de 2022

de tão pouco saber...


é como se palmilhasse muitas estradas
olho agora as minhas mãos flores de outono,
que insistem em querer ser amadas
antes que a este corpo chegue o sono.
às vezes pergunto-me porque ainda caminho
se me sinto borboleta já de asas queimadas,
de tão pouco saber...nada sei, nem adivinho!

levo os olhos baços
e são tantos os passos
que as memórias se perdem e enlouqueço,
ébria de saudade dos beijos e dos abraços
limpo as lágrimas e logo tudo esqueço.
ponho no rosto um sorriso doce, 
sento-me um pouco na ribanceira da estrada, 
deixo-me em pensativas emoções, 
um baloiço levado pelo vento
uma história infantil cantada, um nó de ilusões
e  tudo volta de novo ao pensamento.

levo a respiração ofegante
e sombrio o rosto que já não conheço,
dirijo o olhar para o horizonte neste instante
e pergunto-me, até quando este caminho?!
reconheço que nada sei, gastei as asas na travessia
-a vida é nuvem em correria!

natalia nuno






1 comentário:

- R y k @ r d o - disse...

Poema deslumbrante, fascinante de ler. Gostei muito.
.
Saudações cordiais … boa semana.
.
Pensamentos e Devaneios Poéticos
.