voltei à rua soalheira, rua agora sombria que existe na minha memória, a que eu subia e descia, e onde o fresco era forte, onde esperava a primavera, uma lufada de sorte e o prenúncio do amor, era eu essa flor, apertada de sensações, deleitada de ilusões, era o abrir da flor de sorriso na boca, feliz com coisa pouca, a vida era então alucinação, enquanto o tempo passava com lentidão...que travessura o tempo nos faz, cada dia que passa a rua fica mais sombria, e eu já só procuro a paz, esqueço versos da juventude exaltada, esqueço a saudade chorada, trago o pensamento despido e o coração apaziguado, caminho na rua a quebrar de cansaço, com uma comoção grata seguindo o teu passo...deslizo por entre as sombras outonais, na inocência dos silêncios, apenas oiço o chilrear dos pardais e no vazio das minhas letras, oiço o entoar do sino e a cada esquina o meu olhar de menina enche-se da luz do arco-íris...
natalia nuno
rosafogo
imagem pinterest
2 comentários:
Poema/texto lindíssimo.
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Feliz início de semana. Cumprimentos
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Pensamentos e Devaneios Poéticos
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Boa noite de serenidade, querida amiga Natália!
Ser feliz com bem pouco é uma maravilha.
Não se vive ansiosa e somos gratas por tudo de lindo que a natureza nos brinda.
Adoro sua poética tão encantadora de verdade.
Tenha dias de arco-íris no 💙!
Beijinhos com carinho e gratidão
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