hoje trago o verso torcido
não sabe que quer, nem o que quero
hoje apenas me diz, que não faz sentido
que não espere, mas eu espero!
vou-o escutando por entre o pio
dos passarinhos, nas roseiras com espinhos
ou no canto das cigarras à beira rio.
verso que anda por todo o lado
a espiar tudo quanto é natureza
anda ao sol encadeado, ou à chuva molhado
e eu na minha vida, nas minhas lidas
observo-o nas suas vindas e partidas
hoje o verso é um torcido ramo
seco sem ninho de passarinho
já não é o verso que amo
que cai na folha e rola pela estrada
nem eu sou mais a sua amada.
verso feito de palavras secas
tiradas do fundo dum poço
nem me ouve, nem o ouço!
é orvalho que voa
por sobre a seara de trigo
e não há dor que mais doa
no dia em que ele não quer ser meu amigo.
natalia nuno
rosafogo
imagem pinterest
1 comentário:
Como sempre, poeticamente sublime de ler.
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Abraço poético.
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Pensamentos e Devaneios Poéticos
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