às vezes é preciso acreditar
ainda que a esperança não tenha jeito,
soltar as asas, seguir adiante
fazer convite ao poema, abrir-lhe o peito
e dizer-lhe que a vida é só um instante.
colocar-lhe um pouco de ternura
deixar que ele traga ao coração a cura.
reverbera então o sonho,
deito a cabeça no travesseiro
e amanheço poesia por inteiro.
ouço o grito das gaivotas a esvoaçar
no pensamento, entra em mim a alegria
este poema se faz eterno pra amar
passou o outono passou o inverno
passei por eles com saudade,
a vida corre apressada, já se faz tarde
para a linguagem do amor,
mas seja como fôr
falarei dele, até que a solidão
me cale a voz e o coração.
natália nuno
rosafogo
Sem comentários:
Enviar um comentário