oiço o papel rindo das minhas palavras
mal comecei a escrever,
colocou-me mais uma ruga, rasgou-me o coração
mas jurei renascer,
com doce apego e obstinação.
há um cisne branco na manhã distante,
no lago das palavras que escrevo
e a minha memória ofegante flui
lembrando-me se devo ou não devo
silenciar no poema aquilo que sou e fui.
papel branco que ri da minha caligrafia
na sua brancura só vejo minha alucinação
e o silêncio me toca, fica a mente vazia,
e mudas as palavras na mão...
e eu que te sonhava em cada linha
com toda a plenitude do meu ser
deixo a palavra linha a linha... a morrer!
neste infiel papel branco
mais poemas não lavrarei, fica sobre a mesa
ignorado e vazio, o poema em que te amava
com certeza, são agora linhas
dum deserto inóspito e frio
onde o presente se perde no passado
num mar de tempo que trago a meu lado.
velhas as linhas das minhas mãos,
descansarão agora...
pois até de amar-te já passou da hora!
natalia nuno
rosafogo
imagem pinterest
6 comentários:
Poema divino que amei ler. Elogio (muito) a inspiração e criatividade poética que leio aqui sempre fascinado
.
Uma semana feliz
Abraço
A cada poesia, mais inspiração, Natália! Adorei! bjs, chioca
Nunca é tarde para quem sente a poesia como tu a sentes e no-la transmites, Natália!
Abraço grande
Agradeço amigo Ricardo as palavras de apreço aqui deixadas.
Desejo uma boa noite, e
deixo um abraço
Querida Chica, agradeço a tua visita e apreço ao poema.
Beijinho
Vale sempre a pena a partilha, quando me surgem palavras tuas que me estimulam a
continuar.
Obrigada amiga, boa noite para ti, desejo que estejas bem.
Abraço-te
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