quarta-feira, 18 de março de 2020

sede de sonhos...


abro-te o meu coração
com transparente lealdade
sinto o impulso do sangue
em tão grande ansiedade
dou-te amor, dávida plena
ascendendo de felicidade
trago um sorriso derramado
sou outono que não morre
trago o aroma dos frutos maduros
e a saudade,
sede de sonhos ainda em mim corre,

apesar dos dias duros
no coração trago ternura
e há nele pássaro ardente
que te canta com ternura.

cascatas de amor para dar-te
amendoeiras brancas
que florescem à tua espera,
e de tanto esperar-te a vida foge
num sonho perdido o coração desespera
sem ventura, que passou ao lado,
hoje?
sinto-me um poema rasgado
ave a quem o tempo quebrou as asas,
no coração, trago mel que o adoça
para que de amor ainda falar-te possa.

natalia nuno


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