Em pequena tinha um piano
Só meu!
Não...não é engano!
No meu imaginário existia
É verdade, mas ninguém sabia.
O dedilhava na perfeição
E o escondia para que ninguém
o invejasse, presurosa,
o metia no coração.
Só meu!
Não...não é engano!
No meu imaginário existia
É verdade, mas ninguém sabia.
O dedilhava na perfeição
E o escondia para que ninguém
o invejasse, presurosa,
o metia no coração.
Eu sou assim!
Sou do Povo, foi do Povo que vim.
Herdei a força das águas
Sou intempestiva, sou emoção.
Herdei do sino o vozeirão.
E as mágoas?
Ai as mágoas, ninguém cala meu coração.
Sou do Povo, foi do Povo que vim.
Herdei a força das águas
Sou intempestiva, sou emoção.
Herdei do sino o vozeirão.
E as mágoas?
Ai as mágoas, ninguém cala meu coração.
Nasci numa cama de milho
Sou renitente em conformar-me
Nasci filha, queriam filho
Mas não deixaram de amar-me.
Janeiro corria tranquilo
E eu nascia
com pouco mais que um quilo.
Sou renitente em conformar-me
Nasci filha, queriam filho
Mas não deixaram de amar-me.
Janeiro corria tranquilo
E eu nascia
com pouco mais que um quilo.
Lembro a cada passo
E volto a lembrar outra vez
Pequenos nadas que me acodem ao pensamento
De quando em vez, procuro neles alento.
Ardores da mocidade,
que abraço sem desalentar.
Ainda que a saudade
se emaranhe por mim adentro,
vou sempre recordar.
A miúda, ladina e até espertita,
a quem a mãe no cabelo punha uma fita.
E volto a lembrar outra vez
Pequenos nadas que me acodem ao pensamento
De quando em vez, procuro neles alento.
Ardores da mocidade,
que abraço sem desalentar.
Ainda que a saudade
se emaranhe por mim adentro,
vou sempre recordar.
A miúda, ladina e até espertita,
a quem a mãe no cabelo punha uma fita.
E é completa a minha satisfação
Deixo até que o coração chore!
Quem sabe o amanhã não melhore?
E não alcance uma outra ocasião,
de me surpreender com a vida
e meu coração possa brandir
no olhar uma lágrima tremeluzir
Por esse sonho do piano perdido.
Deixo até que o coração chore!
Quem sabe o amanhã não melhore?
E não alcance uma outra ocasião,
de me surpreender com a vida
e meu coração possa brandir
no olhar uma lágrima tremeluzir
Por esse sonho do piano perdido.
A vida é mesmo um desatino
Um sabor de travo azedo
Cansa qualquer peregrino
Que partiu p'la manhã... cedo.
Um sabor de travo azedo
Cansa qualquer peregrino
Que partiu p'la manhã... cedo.
natalia nuno
Sem comentários:
Enviar um comentário