sábado, 9 de março de 2019

meu choro calado...



cantam os rouxinóis,
florescem  malmequeres mimosos
começo a sentir-me cansada
meus passos mais vagarosos.
vou percorrendo a estrada
e se a força já declina
já se levanta no olhar o negrume
ainda afloram lembranças
as que trago de menina,
embora a memória se esfume.

trago no peito o querer a q'me enleio
e a liberdade que ninguém me corta
sigo com os olhos o que me agrada
e tudo o resto a mim me é alheio
esta vida é como um grande mar
às vezes me deixa o ânimo extraviado
mas há sempre um dia que a saudade vem avivar
rapidamente se esboroa o meu choro calado...
esqueço a angústia e o pranto, e canto
sigo aqui e além e já outro dia vem
sou como rouxinol que se escapa e foge
até que de novo a nostalgia à solidão me arroje.

natalia nuno
rosafogo

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