quinta-feira, 13 de dezembro de 2018

efémero vôo...



Vão-se todos os meus dias
numa febril inquietude,
calada pena os meus olhos
apaga, as palavras perdem-se na bruma
insistindo em deixar-me, uma a uma.
apagaram-se os anos lentamente
tenho agora o tempo que me resta
que serve para tudo e para nada
o coração já não se sente em festa
e a paz que tanto queria traz-me fatigada
dias que esculpem meu rosto obstinadamente
e a inquietação deixa-me prisioneira
o tempo mede-me o pulso com desejo voraz
com olho de falcão furiosamente...
não me deixa em paz!
crava as garras na minha memória
mas eu, entrego aos dias o meu ser
e prossigo inteiramente com o sonho
meu... este que sempre me habita
meus olhos criam uma estrela
quando surge a obscuridade
cruzo-me com a saudade
e meus passos encaminham-se
para uma audaz primavera
abre-se a noite
e eu volto a ser quem era...

natália nuno
rosafogo



3 comentários:

Beijaflor disse...

Olá Natália

Efémero, é tudo na vida
Mas nada nos deve parar
Com amor é tao querida
Gozá-la, enquanto durar.

Serás sempre quem eras
Só os anos vão passando
Ficam as amigas quimeras
Vão a mente alimentando.

Seja qual for o tema e o título que lhe deres, o que é de realçar é a qualidade da tua escrita, da poesia, que por aqui se passeia. Essa é que continuar sempre a voar.

Muito obrigado pelos votos que deixas-te no meu humilde cantinho. Os meus vão na mesma direção. Que esta quadra de natal seja repleta de paz, e, sobretudo, com muito amor. Quanto a gratidão, também é mútua.

Beijinhos


Paulo Knop disse...

Lindo

Maria Rodrigues disse...

As memórias de outros tempos, dão muitas vezes um pouco de cor e harmonia aos nossos dias do presente.
Maravilhoso poema
Beijinhos
Maria
Divagar Sobre Tudo um Pouco