sábado, 12 de maio de 2018

oásis de ternura...


a saudade sempre me procura
e eu numa ânsia me entrego
é meu oásis de ternura
traz-me o sonho ardente a que me apego
deixa-me a viver nos aromas da infância
numa embriagadora essência de luz e água
num pomar de frutos e pássaros em frenesi
perto da menina, que nunca esqueci

numa indomada alegria esqueço a mágoa
nasce em mim o sonho, a doçura e o prazer
e eterna me sinto nesse instante
a ponto de pensar que não vou mais sofrer
sigo adiante, celebrando o viver
afasto de mim as sombras
esqueço as marcas na pele
meu sonho abarca uma distância maior
acalmo a intempérie e, rendo-me ao amor

sento-me junto à solidão da trepadeira
a ver a tarde prenhe de luz
alheia ao rumor da vida,
só de mim se abeira a saudade
numa ânsia de tocar-me
e puxar-me para a outra margem
a vestir-me com verdes da primavera

como se ainda, o amor estivesse à minha espera.

natalia nuno
rosafogo

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