terça-feira, 28 de novembro de 2017

Dueto: Natália Canais Nuno/Manuela Fonseca




Dueto: Natália Canais Nuno/Manuela Fonseca

Debandam pássaros em alvoroço
Rezo meu rosário de contas

Ato a vida p'las pontas

Sopra o vento, não o ouço!

Canteiros de flores e besouros
A fragrância da terra molhada
Há risos e sufocados choros
A hera sobrevive à geada
Meu rosto já sem idade
Esconde-se nos dias sempre iguais
Ah...coração, que tenacidade!
Teu bater nunca é demais.

Acorrem a avisar-me...
Que sou sombra duma lenda!
Hão-de os pássaros lembrar-me
Já que Poeta...não há quem entenda...( nnuno)

Depois de eu morrer
Então sim, é a valer
Até as beatas perdidas
Que – juro – nunca fumei
Serão pedaços de alquimias
Herança que vos deixei
Depois de eu morrer
E do poema se fartar
De contar e escolher
Lendas de encantar
Rezarás contas de ler
Forçadas para rimar
Depois de eu morrer
Hão-de ouvir dizer
A palavra foi de génio
As aves voaram amor
E a morte lhe dará prémio...(mf)

Outro brilho, nova cor.

14/05/2012

2 comentários:

Beijaflor disse...


Olá Natália!

Teus poemas nas suas mais diversas apresentações sejam novos ou antigos em duetos ou não, tem sempre um fio condutor que os liga. Mas um dos maiores fios condutores é o teu amor á escrita, às letras! A par de um talento nato, que é bem patente em tudo que escreves. Nunca deixes entorpecer os dedos para nos continuar a brindar com aquilo que melhor sabes fazer, poesia!

Tudo de bom para ti e os teus.

Beijos


orvalhos poesia disse...

Olá meu querido amigo

Cheguei ontem de Milão, cansadita, como sabes tenho genro e neto italianos e a sogra da minha filha fez 90 anos, então fomos até lá dar-lhe os parabéns e permanecer durante dez dias que foram óptimos... agora aqui estou a tentar colocar em ordem ou seja a agradecer muitas manifestações de carinho em várias páginas onde escrevo...vim também no intuito de passar dois poeminhas que fiz por lá e dei com o teu comentário. Fico sempre muito feliz é como encontrar-te e poder conversar um pouquinho contigo, e como eu gostava! Meu amigo eu tento por vezes parar, mas é como bem dizes o amor é grande e não sei como a ele me negar. Esteja onde estiver, sempre aquela cegueira de levar comigo papel e caneta e lá vou escrevendo mais um pouco.E, assim levo a vida!
Grata por seres meu amigo, deixo-te um beijinho desejando-te tudo bom.