segunda-feira, 21 de setembro de 2015

enamorados de esperança...


pode o amor ser uma garra
ou uma terrível desdita
muita uva pouca parra
primavera que em nós habita.
estando longe é saudade
lonjura mesmo estando perto
a ausência do amado uma eternidade
e a vida é solidão, é deserto

voltar lá a outras primaveras
decoradas com amor e ilusões
e desenhados corações c' heras
p'las paredes dos caramanchões
enamorados de esperança, ali de pé
nos recantos que o tempo favorecia
logo a lua audaciosa, também ali se perdia
a observá-los no seu amor louco,
passando vagarosa, como se da noite
se tivesse esquecido, até que pouco
a pouco, surgiam os gorgeios e o
aroma da manhã e, se fazia dia

o amor é como a água...livre
é bom enquanto dura...enquanto vive!
e só o esquecimento é uma garra
e uma terrível desdita
só comparado à morte súbita
ou à reduzida cinza duma brasa aflita

natalia nuno
rosafogo

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