palavras escritas com o coração, em qualquer verso está vazada a saudade poética que a memória canta. A fascinação pelo campo, o idílio das águas, a inquietação o sonho, a ternura o desencanto e a luz, toda uma bagagem poética donde sobressai o sentimento saudade... motivo predilecto da poeta. visite-me também em: http://flortriste1943.blogs.sapo.pt/
quinta-feira, 7 de agosto de 2014
Guardo o sonho...
Guardo o sonho na calma
serena do poente
não quero de mim o sonho
ausente.
O tempo é amargo
saudade é o que trago
e o que sinto, enquanto
a noite desce e o dia finda
em breve o silêncio se instala
e a lembrança vem comigo
à fala.
Traz-me a alegria viva
ou o a tristeza cinzenta
lembra-me os passos que dei
e tudo a saudade inventa,
ignoro por onde andei
até que aqui cheguei
já a noite desce e o dia finda
mas o sonho encanta-me ainda.
Efémera a juventude
como uma flor que desabrochou e morreu
meus dedos reconhecem-lhe a ausência
e amiúde, choram por mim,
o tempo roubou o sentido
e de solidão a vida encheu
levo horas vazias
já a luz se desvanece
voam meus olhos em busca da alegria
mas logo a saudade aparece
e traz com ela a nostalgia.
natalia nuno
rosafogo
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5 comentários:
Olá Natália,
Alma dessossegada, irrequieta, mas é assim que ela voa e canta maravilhas!
E por mais que as palavras clamem alguma amargura, mesmo assim me passeio nelas tirando delas toda a ternura!
É como navegar num rio cuja nascente é inesgotável. Teus poemas com suas características peculiares são únicos!
Pese embora a nostalgia se faça anunciar em teus poemas, tem por detrás uma alma cuja força é realmente digna de realce!
Nunca deixes esmorecer essa força, pois quando assim acontece tudo na vida fica mais fácil de vencer!
Espero que esteja tudo bem contigo e todos os teus. Não tenho vindo por cá como gostaria, mas as contingências da vida assim vão ditando as regras!
Parece que o luso sempre vai ficar para trás!
Beijos
João
Olá João
O vento não vai de feição na vida de ninguém, talvez de muito poucos, a cada dia surgem novos problemas e essa força que achas que eu tenho, também vai esmorecendo e não é fácil quando esses problemas acabam por os atingir também.
Daí que a escrita seja também ela um escape, um refugio e uma necessidade.
Agora uma novidade que aindanão te disse, fui convidada por um jornalista e escritor romeno a fazer uma antologia só minha na Universidade de Bucareste com hipótese de ser traduzida em sueco também...por um lado deixa-me entusiasmada e feliz e o prémio é de facto ter tido a atenção por parte de quem nem é do país, por outro acho que já não vale a pena andar a meter-me nestas coisas...mas cortar as pernas à poesia também não é fácil, vamos ver, ando a pensar nisso, dado que também tem custos como é lógico.
Agradeço-te mais uma vez as tuas palavras que vem sempre em momentos que delas necessito, bem hajas.
Desejo que estejas bem
beijinho
«nos atingir também» queria ter dito.
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