Pari mais um poema
O tempo não espera
aflige-se o coração, desespera,
a alma interroga-se abalada
sem saída...enlouquecida.
Fragmenta-se de emoção o olhar
a melancolia a incubar
a mente, loucura sem sentido
este viver...
Doidice que surge frequentemente
felicidade que urge alcançar-se
mas não se alcança,
foge a alegria, ou somos nós
que nos entregamos à tristeza
sem pássaros nem flores
sem cores, nem beleza.
O tempo é fatigante
pardo e tanta vez difícil
mas ainda assim somos
da vida amante.
De volta nunca houve nem haverá
viajante...
Há por lá algo que nos prende a mão
e por cá, deixamos o coração.
Como é nauseante pensar na morte!
É noite na alma
nos atrai um pressentimento
já é pouco o sentido da vida
o tempo não espera por ninguém
irreverente, logo leva a vida
de vencida.
natalia nuno
rosafogo
2 comentários:
Olá Natália
Bem parido, digo eu! Não só este, mas os já paridos! E todos aqueles que ainda se hão de seguir! Tens uma forma muito peculiar, diria, (quase única) na forma como transportas a vida para os poemas com tanta intensidade e profundidade! Mas apesar de toda uma nostalgia (sempre) latente, não deixas de mostrar um arreigado apego á vida impressionante! Nunca esmoreças porque nós merecemos continuar a deliciar-nos com teus poemas.
Tudo de bom para ti e para todos os teus.
Beijos
João
PS: comigo está tudo bem.
Mas que generoso João, admiro-te também por não cansares de ler-me, pois eu própria acho que falo quase sempre dos mesmos temas que são parcos e o principal como sabes é o «tempo».Às vezes os deixo uns dias de infusão para ver se ganham outra vida, mas as palavras impõem-se e ficam tal como se fossem sublimes e não aceitassem mudanças, então é sempre o mesmo, o tempo, a saudade, a vida, as lembranças e pouco mais.
Obrigada João.
Hoje gostei de encontrar-te no Luso, sabes que cheguei ontem a casa, depois de 15 dias ausente e claro trazia o vício, por lá é difícil ter internet, então mal cheguei fui logo ver o que havia para ler e lá te encontrei.
bjs e bom fim de semana.
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