não me encontrei
nem a lua me soube dizer de mim
e a primeira pomba
que avistei
vinda dos confins,
pousou no sonho
no céu vazio
e a noite nos cobriu.
não sei da saída
não me encontrei...
nem no berço mal nascida
nem na penumbra da tarde
mostrem-me a saída!
ou para sempre morri?
o meu sol já não arde?!
de lágrimas o sonho poluí.
não me levem a lembrança
deixem-me a doçura no peito
separem-me até da esperança
deixem-me neste morrer perfeito.
quando me encontrar!?
enfrento-me...
e se a agonia voltar
erguendo-se no meu sonho,
hei-de as lágrimas amordaçar
e como criança perseguida,
hei-de encontrar uma saída.
procurar-me-ei até à exaustão
nos escombros da luz
que ainda existe,
em meu coração.
rosafogo
natalia nuno
imag-net
3 comentários:
Olá Natália
Uma vez mais a seiva da poesia a deixar transparecer o quanto tem de belo. Poema polvilhado de múltiplas sensibilidades que lhe dão um cunho muito peculiar. Pode subentender-se que na antecâmara deste desencontro, existem mais que razoes para acreditar no encontro que lhe está subjacente! A força da poesia oferecerá sempre novos fermentos não deixando que a luminosidade ainda que ténue, se apague!
beijo
João
PS: Vou falar baixinho para ninguém ouvir; estou de férias!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Ah que bom!!!
De férias é mesmo muito bom, mas no meu caso João que há tanto estou de férias(rsrs), cansai já não me sabem bem como dantes.
Aproveita bem meu amigo, que tudo corra como desejas.
Alguém disse que grande é aquele que realiza os sonhos da juventude, e eu não me considero grande mas consegui realizar alguns e um deles, é este, é muito importante o poder de lidar com as palavras e deixá-las como testemunho do ínicio duma vida e seu percurso em direcção ao futuro sempre na busca do sonho.
Querendo dizer aos que me lêem que sonhar faz parte integrante da vida, havendo sempre descobertas no caminhar e coisas boas se alcançam se formos persistentes.
E o que tu não saberás? Contigo tenho aprendido a ser mais tolerante conigo própria e tantas, a encarar o dia a dia sem pensar demasiado no que ficou e nem no que há-de vir e tantas outras coisas...
Mais uma vez boas férias tudo bom para ti.
Beijo
não ligues aos erros, sempre a eterna mania de não ler...
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