quinta-feira, 6 de junho de 2013

há um não sei quando...



trémula a última estrela
soltam-se palavras na memória
a dor ri de mim
é tanta a sombra que me envolve
no escuro
debalde a claridade procuro
no tempo que me tem,
e só é a saudade que vem
do tempo de além.

tiro da gaveta o linho
com o olhar turvado
morro como um passarinho
com seu cântico acabado.

trago o silêncio na garganta
e já nada me espanta
há um não sei quando
que me persegue
e um não sei onde me leva
há uma loucura de saudade imensa
uma coragem que se nega
e um frio que se faz presença.

natalia nuno
rosafogo

2 comentários:

Beijaflor disse...

Olá Natália

Tua alma poética mostra toda a sua fascinante clarividência nos poemas que nos deixas. A poesia vive sempre de variadas coisas, mas só atinge a plenitude quando a alma está totalmente imbuída nessa construção, com o é o caso. Felizes os que tem o prazer de te ler, nos quais me incluo.
Beijo
João

orvalhos poesia disse...

sinto-me muito feliz por conseguir transmitir sentimentos através de meus versos, sei através de comentários que os leitores se reveêm neles, e dizem adorar a minha lírica.
Também tu João vens confirmar, fico até com medo de vos desiludir, embora eu procure sempre escrever o que nasce de mim espontaneamente.
Também fico feliz por ler teu apreço e agradeço-te.

Beijinho bom fim de semana.