Há silêncio nas molduras,
o tempo a sobrar.
Calaram-se as vozes,
o sono acabou por chegar.
Venturas e desventuras,
o tempo entristeceu,
a manhã jamais rompeu!
E um gemido se ouve,
nos pomares e hortas
onde vida já houve.
Agora só lembranças mortas.
Só o rio corre!
A lua chega sempre na hora certa,
o sino toca dá notícias de quem morre,
a aldeia deserta.
Só os cães ladram,
pressentindo a morte.
Ergue-se o silêncio dos que esperam
igual sorte.
Casas sem vida, portas cerradas,
com o tempo a sobrar.
Só as molduras caladas,
resistem ao vazio,
enquanto as noites descem.
Lá em baixo o rio,
e as ervas crescem,
onde a luz é mais forte,
e o lençol de linho embrulhou a morte.
O vento arranca as flores,
que se negam a abrir,
e para sempre as dores,
no peito a fluir.
Tudo se esconde no cinzento,
sem nenhuma forma ou beleza,
é tudo o que observo com tristeza,
e lamento.
Aproximo-me de mansinho...
Todos se foram,
há tanto tempo!
Só o rio corre…
Só ele não morre.
Vai chorando baixinho.
Ponte de Lima, 20/07/2012
natalia nuno
rosafogo
o tempo a sobrar.
Calaram-se as vozes,
o sono acabou por chegar.
Venturas e desventuras,
o tempo entristeceu,
a manhã jamais rompeu!
E um gemido se ouve,
nos pomares e hortas
onde vida já houve.
Agora só lembranças mortas.
Só o rio corre!
A lua chega sempre na hora certa,
o sino toca dá notícias de quem morre,
a aldeia deserta.
Só os cães ladram,
pressentindo a morte.
Ergue-se o silêncio dos que esperam
igual sorte.
Casas sem vida, portas cerradas,
com o tempo a sobrar.
Só as molduras caladas,
resistem ao vazio,
enquanto as noites descem.
Lá em baixo o rio,
e as ervas crescem,
onde a luz é mais forte,
e o lençol de linho embrulhou a morte.
O vento arranca as flores,
que se negam a abrir,
e para sempre as dores,
no peito a fluir.
Tudo se esconde no cinzento,
sem nenhuma forma ou beleza,
é tudo o que observo com tristeza,
e lamento.
Aproximo-me de mansinho...
Todos se foram,
há tanto tempo!
Só o rio corre…
Só ele não morre.
Vai chorando baixinho.
Ponte de Lima, 20/07/2012
natalia nuno
rosafogo
1 comentário:
Olá Natália
Olhos que outrora brilhavam
Agora húmidos, entristecidos
Por verem o que amavam
Morrer no tempo esquecidos!
Não adianta pensar na morte
Seja em curvas ou linha recta
Nem sequer cantar a má sorte
Já que a mesma é coisa certa!
Só importa o que plantamos
Fugindo sempre das dores
Viver para os que amamos
Deixando sempre, amores
No rio se lançam lamentos
Que correm rumo ao mar
Só não levam os tormentos
Que teimam sempre em ficar!
Quem da vida fez seu cantar
E para ela olha com prazer
A alma melhor sabe aceitar
Não tendo medo de morrer!
Portugal tem muitos lugares e coisas belas. Ponte de lima é uma tela de cores diversificadas, e qual delas, a mais bela!
Beijo
Pétala
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