DUETO COM A AMIGA A POETA MANUELA FONSECA
Debandam pássaros em alvoroço
Rezo meu rosário de contas
Ato a vida p'las pontas
Sopra o vento, não o ouço!
Canteiros de flores e besouros
A fragância da terra molhada
Há risos e sufocados choros
A hera sobrevive à geada
Meu rosto já sem idade
Esconde-se nos dias sempre iguais
Ah...coração, que tenacidade!
Teu bater nunca é demais.
Acorrem a avisar-me...
Que sou sombra duma lenda!
Hão-de os pássaros lembrar-me
Já que Poeta....não há quem entenda.
natalia nuno
rosafogo
Depois de eu morrer
Então sim, é a valer
Até as beatas perdidas
Que – juro – nunca fumei
Serão pedaços de alquimias
Herança que vos deixei
Depois de eu morrer
E do poema se fartar
De contar e escolher
Lendas de encantar
Rezarás contas de ler
Forçadas para rimar
Depois de eu morrer
Hão-de ouvir dizer
A palavra foi de génio
As aves voaram amor
E a morte lhe dará prémio
Outro brilho, nova cor.
Poeta manuela fonseca
14/05/2012
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