terça-feira, 3 de maio de 2011

GALGUEI AS ESCADAS



Galguei as escadas
Dos sonhos já escassos
Deixei lá atrás as portas escancaradas
Mas a solidão acompanhou-me os passos.
Cansei de cismar
Vou inventando coisas para fazer
A vida é sempre a esperar
Um dia, vou ao espelho p'ra me ver
Outro, perco a coragem de o olhar.
Assim a vida continua, é um nunca mais chegar.

Calar-me-ei por fim
Deixarei meus escritos pobres
Com eles construi,
sonhando, castelos de areia,
na esperança que alguém os leia.
Os ame, os devasse,ou até os ache nobres.
Serão sómente castelos de poeira?
Estas minhas memórias vivas?
É talvez a minha cegueira!?
Já que algumas são estrelas furtivas.

Já me deito às apalpadelas
Para não acordar o passado
Minhas memórias são sentinelas
Que sempre se deitam a meu lado.
Me vestem de doçura, ou de inquietação
Me trazem ainda a esperança ao coração.


natalia nuno
rosafogo

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