terça-feira, 1 de março de 2011

HORAS SURDAS



A noite é boa conselheira
E a solidão inspiradora
Surge o cheiro da laranjeira
Cheira a Primavera
E o meu coração sem demora
Espera e desespera.
No peito uma pedra me pesa
E o silêncio é maior que o mar
Faço reza...agora faço reza!
Para a solidão povoar.

É minha a noite e a solidão
Na memória coloquei uma cortina
Falam-me as estrelas ao coração
De tantos Janeiros desde menina.

Não ouço estrelas,
Nem me ouço a mim
Corro o risco de me perder
Nesta hora a entardecer
Quero dormir, para não ouvir
Que perco a vida assim!
Nesta inanição
Quase a chegar ao fim.

Fim de viagem
Levo o coração
Preso num sopro de aragem.
Levo bilhete de quem não volta
E um pressentimento em mim
A vida dá tanta reviravolta
Que o Poema termina assim.

natalia nuno
rosafigo

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